Uma semana e meia depois, quando me pesei, tinha menos 10 quilos.
Agora, três meses depois, peso menos 40 quilos. Foi uma mudança enorme
- vestia o 5XL e agora já consigo usar as camisolas que me foram
oferecidas por familiares que tinham sempre a expectativa de que um
dia viesse a emagrecer.
Agora já consigo olhar para o espelho da casa de banho, que é
enorme, algo que antes não conseguia fazer. Nem acendia as luzes todas
por vergonha. Hoje, olho-me ao espelho e gosto de me ver, a minha
autoestima melhorou bastante. Sinto-me uma pessoa completamente
diferente e o meu objetivo é chegar aos 85 quilos.
Mesmo em termos profissionais senti a diferença. A verdade é que os
clientes acabam por escolher trabalhar com a pessoa que tem a imagem
mais cuidada e eu sentia a discriminação devido ao meu peso. Mas não
ficava por aqui: sentia que todos olhavam para mim e faziam
comentários sempre que ia a uma pastelaria comer um bolo ou pedia uma
dose grande só para mim num restaurante. Senti sempre isto na minha vida.
Mas a mudança mais importante prende-se com o meu filho. O meu
principal objetivo de vida era conseguir criar o meu filho, que tem
apenas 9 anos.
Foi um caminho difícil, sendo que a principal dificuldade foi o
facto de ter de mudar os hábitos alimentares, sobretudo na quantidade.
Só pensava: como é que eu me vou adaptar? Comia e bebia tanta coisa e
como é que agora o iria fazer em quantidades tão pequenas? É aqui que
começa o papel da nutricionista, que fez um plano com várias fases e
me tem acompanhado nos últimos tempos.
Nada disto é possível sem um médico e uma equipa bem preparada para
lidar com todos os desafios que este processo envolve. O médico tem um
papel fundamental - é quem nos vai explicar tudo o que se vai passar,
de forma a compreendermos todos os passos que vamos dar e tirarmos
todas as dúvidas que surjam.
No pós-operatório, tenho tido um acompanhamento bimensal e, de
facto, tudo tem funcionado muito bem. O meu médico e toda a equipa têm
sempre uma preocupação em tentar perceber se tenho alguma dúvida e
isso tem sido fundamental para a recuperação.
Não estou nada arrependido e aconselho a todos os homens com excesso
de peso ou obesidade que procurem apoio médico já amanhã. Eu já o
devia ter feito há muito mais tempo.